Complexo de Wendy: Sinais, Consequências e Relações Amorosas

Wendy, a fiel companheira de Peter Pan que abandonou sua própria vida e família para viver com ele na terra do nunca, onde ele poderia se permitir viver sem crescer. Lá, ela adotou o papel de boa mãe. Tinha todas as responsabilidades, cuidava dos meninos quando Peter estava fora, fazia a comida, cuidava das roupas, da segurança deles e ainda sobrava tempo para ser uma boa ouvinte e mãe carinhosa. Basicamente Wendy assume todos os riscos e responsabilidades que Peter Pan não consegue assumir. É ela a responsável por ele sair triunfante no final da história. O complexo de Wendy é real e muitas pessoas sofrem dele.

COMPLEXO DE WENDY

O complexo é mais comum em mulheres, mas também acontece com homens. Apesar de não ser ainda reconhecido pelo DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), o complexo é um termo que circula no campo da psicanalise desde a década de 1980.

As pessoas que sofrem desse complexo manifestam uma preocupação excessiva pelo bem estar do outro. São parceiros que tentam fazer o par feliz a todo custo, assumem as responsabilidades dos outros, fazem de tudo para se afastar de possíveis conflitos (mesmo em detrimento de sua felicidade), têm medo excessivo de magoar o próximo e se culpam por tudo.

Basicamente a pessoa com complexo de Wendy tende a exercer a figura de mãe em todas as suas relações, principalmente as amorosas. Pessoas com atitudes do tipo “pode deixar que eu faço”, “não se preocupe”, “eu me viro” e “não sei o que você faria sem mim” são as frases que ilustram o complexo de Wendy.

 No campo amoroso, os relacionamentos mais duradouros de pessoas com essa personalidade são com sujeitos que sofrem da Síndrome de Peter Pan.

Isso porque aquela com complexo de Wendy exerce na relação amorosa a figura maternal ao invés de parceira, isso favorece a imaturidade masculina e é o cenário perfeito para quem sofre da Síndrome de Peter Pan, que é a recusa em amadurecer.

O QUE GERA O COMPLEXO DE WENDY?

O que a psicanálise compreendem desse complexo é que ele vem acompanhado de sentimentos de medo à rejeição e insegurança. Assim, esse comportamento surge como uma forma de tentar ser aceita e respeitada pelos demais. As “Wendys” ficam presas ao medo de serem rejeitadas ou abandonadas e por isso tendem ao auto sacrifício e à superproteção do próximo.

Então, imagina-se que a pessoa que sofre do Complexo de Wendy desenvolveu isso devido à uma necessidade extrema de satisfazer os outros (seja amigo, família ou parceiro) para sentir-se amada.

Para saber mais, entre em contato: Reinaldo Nunes – Psicanalista Clínico

Imagem da Disney

POR QUE SONHAMOS ?

O sonho pode ser considerado a manifestação do inconsciente, uma forma de comunicação entre a mente consciente e as camadas mais profundas da psique. Carl Gustav Jung deixou registrado que os sonhos são a expressões simbólicas dos medos, traumas e anseios que estão presentes em nosso interior, mas que muitas vezes são reprimidos ou ignorados em nossa vida diária.

AS PRINCIPAIS FONTES NA FORMAÇÃO DOS SONHOS

Fatos que presenciamos durante o dia, mas passaram despercebido pela nossa consciência indo se fixar diretamente no inconsciente. Ou seja, não foram elaborados ou compreendidos conscientemente.

No conceito Freudiano o conteúdo do inconsciente que se manifesta em forma de sonhos pode nascer de três fontes principais:

Outra possível fonte pode ser os acontecimentos que provocaram maior impacto na consciência, como as atividades fora da rotina, fortes emoções e as preocupações que ficaram na memória.

Pode ser produzido por uma série de impressões sensoriais noturnas, como a sede, a fome, o desejo sexual, entre outros.

A clássica teoria Freudiana sustenta que os sonhos são formados por desejos inconscientes, que são impedidos pela nossa censura de atingirem a consciência. Quando dormimos essa censura se afrouxa, permitindo que o conteúdo inconsciente se manifeste na consciência de forma disfarçada para não ser notado pela censura e não acordar a pessoa.

OS SONHOS NA TEORIA JUNGUIANA

Segundo Jung, os sonhos têm um papel fundamental na busca pela individuação, considerado por ele um processo de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Os sonhos nos mostram aquilo que não queremos ver ou admitir conscientemente, revelando aspectos de nossa personalidade que precisam ser integrados e aceitos.

Reinaldo Nunes – Psicanalista

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Instagram: centro_clinico_de_psicanalise

COMUNICAÇÃO SAUDÁVEL

O DIÁLOGO COMO SOLUÇÃO DE CONFLITOS
Na última década a procura de casais pela linha psicanalítica já estava em constante ascensão e depois do longo período de pandemia este movimento cresceu ainda mais.
É importante ressaltar que o psicanalista vai observar a conduta inconsciente do casal, com o propósito de entender e esclarecer como a rotina toxica se instalou e se ainda é possível resgatar a convivência e o diálogo saudável entre os dois.

O INÍCIO DA SOLUÇÃO
Uma das indicações é que o casal se esforce ao máximo para restabelecer a comunicação saudável, que talvez já esteja muito comprometida e é bom deixar claro que resgatar o diálogo, não significa que cada um fará sua reclamação apontando o dedo para as falhas do outro na tentativa de encontrar provas dos erros alheio.

EMPATIA PARA OUVIR
Seja mais paciente para ouvir. Devido à dificuldade que algumas pessoas tem para se expressar em situações de conflito ou sofrendo pressão, é importante ter o máximo de atenção para tentar compreender o que se esconde por trás daquilo que está sendo verbalizado. Não é só o psicanalista que tem essa habilidade, todos podem desenvolver a capacidade da escuta ativa.

Para o real entendimento do casal é necessário se colocar no lugar do outro, ser sincero sobre o que pensa e sente, ouvir com atenção e se esforçar para manter o silêncio verbal enquanto a pessoa expõe suas ideias e sentimentos.

Reinaldo Nunes
Psicanalista

SAÚDE PSÍQUICA NO PRIMEIRO ANO DE VIDA

Donald Woods Winnicott pediatra, psicanalista e psiquiatra inglês, foi membro da UNESCO e do grupo de experts da OMS.

Em 1927 Winnicott foi aceito como iniciante na Sociedade Britânica de Psicanálise, qualificado como analista em 1934 e como analista de crianças em 1935. 

Winnicott sempre defendeu a importância nos cuidados com a saúde psíquica no primeiro ano de vida da criança. Afirmava que não é suficiente que a mãe apenas cuide do seu filho com a intenção de realizar as atividades corriqueiras, como alimentar, dar banho e trocar as fraldas, é de suma importância que ela perceba e sinta às necessidades do bebê para que possa conduzir essas tarefas com mais apreço e concentração.

Um dos momentos cruciais, que pode impactar na formação de uma criança é a amamentação. Quando o bebê olha diretamente nos olhos da mãe e esta lhe retribui com olhar carinhoso e materno, é neste precioso ato, cheio de significado psíquico, que o bebê consegue se ver e se entender. Se a mãe lhe sorri, ele também sorri, se o olhar da mãe é doce e cheio de carinho, assim também será o olhar deste pequeno e indefeso ser humano. Sobre essa questão Winnicott (1979/1983) afirma que; ao olha-lo ela se oferece como espelho no qual o bebê pode se ver.

E dessa relação saudável vem as bases para o desenvolvimento emocional da criança nos próximos anos de vida.

“olho e sou visto, logo existo! E posso agora, permitir-me olhar e ver […]; ocultar-se é um prazer; porém não ser encontrado é uma catástrofe” 

Winnicott ( 1971) 

Referente ao imaginário de como poderia ser o pensamento de uma criança em relação a sua mãe 

Reinaldo Nunes – Psicanalista

DESCONFIANÇA

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DA PERSONALIDADE EXCESSIVAMENTE DESCONFIADA

Além do excesso de desconfiança, outras características podem ser notadas, como a rigidez de opinião e o jeito controlador de ser.

Geralmente estão em constante estado de alerta. Quando chegam em um ambiente conseguem monitorar e entender o local em questão de minutos, parecendo até um personagem de filme de ação.

São personalidades muito inseguras nos relacionamentos afetivos e carregam dentro de si uma constante suspeita que seu parceiro(a) possa estar escondendo algo. Na maioria das vezes a suspeita não tem fundamento.

Detestam relacionamentos ou situações onde acreditam que existe o risco de serem controladas. Quando se veem inseridas nestas circunstâncias a tendência será criar um clima de confronto para conseguir se afastar e após este conflito, culpa o outro pelo motivo de não ter dado certo.

Analisando profundamente este tipo de personalidade, entendemos que na maioria das vezes o que realmente está em jogo é o medo de perder sua autonomia e independência. Vivem em constante conflito se devem ou não se separar, pedir as contas ou ir embora daquela convivência ameaçadora ao seu direito e liberdade de controlar a própria vida.

Conhece alguém assim?

Reinaldo Nunes – Psicanalista – Hipnoterapeuta

A LUZ DO INCONSCIENTE

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Quando o conteúdo inconsciente é elaborado, entendido ou racionalizado , podemos dizer que este emergiu para a luz da consciência ou do entendimento.

Existem algumas formas de exemplificar quando um determinado comportamento ou ideia inconsciente foi iluminada pela luz da razão. O mais simples destes exemplos, seria quando provocamos, através de questionamentos, um novo ponto de vista sobre uma situação conflitante que  a pessoa não consegue encontrar uma solução e por meio da reflexão baseada no que lhe foi questionado ela encontrar uma alternativa viável para resolver aquilo que antes lhe tirava o sono. Na verdade estamos iluminando um grande potencial de resolução que talvez não estivesse  sendo percebido, mas que na verdade esteve sempre lá, na parte inconsciente da psique. Assim, após a pessoa ter consciência da sua capacidade para vencer as limitações impostas por fatores externos e internos, poderá lidar melhor com a sua realidade e  consequentemente terá uma vida mais leve e feliz.

A pessoa teve a oportunidade de trazer a tona um dos seus recursos interno que antes estava imperceptível  na escuridão do inconsciente.

É importante saber que no inconsciente não estão somente traumas ou recalques, lá se encontra a força adormecida para vencer os desafios, a maestria para uma boa comunicação, a destreza para lidar com a vida, a criatividade para elaborar obras de artes e muitas outras qualidades que as vezes nossa consciência não consegue acessar  sem o auxílio de outra consciência que tenha o devido preparo e paciência para esta jornada rumo aos nossos preciosos tesouros que estão esperando para serem descobertos.

Creio que nosso consciente possui luz suficiente para refletir, elaborar e tomar sabias decisões, basta apenas se tornar mais forte e estreitar seu relacionamento com o inconsciente.  Sendo este quem realmente precisa ser iluminado com a luz da nossa atenção.

Por este motivo considero que as técnicas utilizadas pela maioria dos(as) psicanalistas, podem ser denominadas como uma forma de trazer o conteúdo do inconsciente para  a luz da consciência.

Reinaldo Nunes

Psicanalista – Hipnoterapeuta – Practitioner em PNL

Email: br2atendimento@gmail.com

Instagram: @centro_clinico_de_psicanalise

SEDUÇÃO

Não tenho nenhuma pretensão de ensinar jogos de sedução ou dar aula sobre a melhor forma de seduzir, espero apenas lembrar e reforçar a importância e o cuidado com o ato de seduzir. Para quem me conhece e acompanha meus trabalhos, sabe que tenho como fundamento a conscientização sobre o poder transformador que se encontra dentro de cada um de nós e que sempre prefiro utilizar a simplicidade para apresentar ideias, fazer perguntas ou escrever.

A SEDUÇÃO

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Todos nós gostamos de ser seduzidos ou de seduzir. Seduzimos de forma consciente ou inconsciente, de forma discreta ou abertamente para que todos possam ver e ouvir. A sedução não é boa nem má, só depende da moral ou do estado patogênico de quem se comporta de forma sedutora.

Sedução é o equivalente a sed (doença, entorpecimento) + ducere (conduzir), que indica uma atitude normal e muito utilizada por qualquer pessoa, seja de forma discreta e até imperceptível.

A sedução sempre esteve presente em nossas vidas e cotidianamente entramos em algum jogo de sedução, seja dentro do casamento, nos relacionamentos afetivos ou até mesmo nos negócios. Sim, somos seduzidos até durante uma negociação. Um vendedor que encanta o cliente com uma mirabolante e eloquente apresentação, está seduzindo. A propaganda bem produzida, seduz seu público alvo, utilizando linguagem, cores e sons adequados e específicos. Na vida conjugal a sedução se faz presente, quando um dos parceiros decide preparar o prato preferido do companheiro ou companheira. Parece simples, mas é uma linguagem de sedução muito saudável, que tem a intenção de cortejar e manter a chama do relacionamento sempre acesa.

SEDUÇÃO PATOLÓGICA

Quando o achei, me perdi; quando o perdi, me achei.

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Mas existe também a sedução patogênica, que consiste na utilização por parte do(a) sedutor(a) os mais variados e nem sempre éticos recursos para conquistar o amor do outro. Quando seu objetivo é alcançado, pode desprezar e abandonar a vítima seduzida para imediatamente sair à caça de outra conquista. Como também é frequente, manter um relacionamento com características doentias que conduzem a pessoa seduzida para uma prisão de sentimentos, para um entorpecimento que pode se tornar crônico, doentio e muitas vezes difícil de ser tratado, exigindo técnicas especificas e bem aplicadas de psicoterapia com base psicanalítica.

Em determinados casos o(a) sedutor(a) patogênico(a) emprega estratégias ludibriantes para provocar no seduzido um estado de fascinação. Esse estado pode ser de ordem intelectual, física, ou utilizando palavras cuidadosamente bem empregadas, que de tão brilhante, deixa o seduzido encantando por sua própria imagem espelhada no outro, como se estivesse diante da sua alma gêmea.

E você, lembra quando foi a última vez que seduziu alguém?

Seduza com responsabilidade, você pode, você é capaz !

Reinaldo Nunes

Psicanalista – Hipnoterapeuta – Practitioner em PNL

Email: br2atendimento@gmail.com

Instagram: @centro_clinico_de_psicanalise